19.1.09

Desconexo

Eu tento dar sentido às minhas palavras, mas as palavras sem sentido são as que melhor traduzem a minha verdade, o que eu sinto. E é tão incontrolável descrever sentimentos que a razão é esquecida quase sem querer.
É tão claro pra mim, cirstalino; e é difícil aceitar que talvez as pessoas não possam entender. É difícil porque o que eu vejo pode não ser racional, porque a razão é mesmo esquecida e os flashes talvez imaginários me fazem acreditar no que eu nunca vivi. Mas parece real, tão real...
A memória já me falha, penso, e por isso crio e invento tudo o que eu gostaria que fosse verdade. Meus pensamentos direcionados ao que seria bonito no papel, e aos poucos eu lembro, como se tivesse mesmo sido. Também o meu subconsciente assume essa tarefa e nos meus sonhos eu revivo aquilo que não pude viver em vida.

4.1.09

Dilacerante

Estou tão acostumada a me arrepender das coisas que essas parecem acontecer exatamente para que eu me arrependa depois. E apesar de conhecer bem o sentimento de culpa, eu nunca estarei imune a ele. Cada nova vez é dilacerante, com a mesma intensidade da primeira, e isso é totalmente incontrolável. Tanto que eu acabo me culpando também por isso, por não conseguir controlar nada. Mais do que o externo, o que acontece em mim me sufoca e eu sou facilmente consumida. Afogada, sem volta. Até eu me culpar de novo.