14.8.09

Costurando

Por muitas vezes eu sinto medo do abandono. Pessoas se vão todos os dias, o tempo passa acompanhando o girar do mundo enquanto eu não as vejo mais. Não tão perto, não como antes costumava ser. E sempre que começa uma conversa eu só penso aonde vai dar aquilo senão no adeus de sempre. É como se a vida fosse composta de pequenas linhas atadas com grandes nós, que nos indicam que é tempo de mudanças - sempre é tempo de mudar. Todos nesses nós tropeçamos e deixamos muito pra trás. É uma regra do jogo, é um vento leve que derruba uma segurança tênue. Podia não ser assim, podia existir a certeza de que alguns nunca se vão. Não antes da visita da morte. Mas não a culpe... Chega a hora em que não existem mais nós e acabam-se as linhas. Essa sim é uma certeza, ainda que pareça triste.