9.7.08

Com letras

Feito pedra é a palavra, acerta em cheio no peito. Dor. É intensa, é viva, parece eterna.
As pessoas não precisam de mais nada para ferir as outras. É arma e mata, a palavra. E não cura, e não sara. E tampouco se esquece, é feito tatuagem, e fica pra sempre.

8.7.08

Rimas e meias tentativas

Eu sou eu mesma, sem me preocupar com o que o mundo vai pensar de mim. Não preciso provar nada pra ninguém, não preciso que me dêem opiniões. Posso estar triste quando bem entender, e assumir isso não é sinal de fracasso. Corajoso é aquele que se mostra sem máscaras, que se deixa conhecer.
Posso ter medos e derramar lágrimas, não preciso ser forte o tempo todo. Posso curtir meu momento de solidão, posso estar bem assumindo que não estou. Não sou obrigada a dar explicações, os que entenderiam não precisam delas; e posso muito bem me virar sozinha.
Eu sou aquela que pede desculpas sem ter feito nada, sem ter realmente a culpa, mas apenas para evitar brigas; eu quero estar sempre por cima, porque entrar no jogo é perder a classe. Eu não gosto de provocar, a indiferença é uma arma mais poderosa; eu não levo nada adiante, sou sempre curta e grossa.
Eu nunca sei do que estão falando as pessoas que têm o ego grande; eu não tenho orgulho e não preciso alimentar nada. Eu prefiro sempre a verdade, não gosto de enganações; saber usar as palavras é uma arte para poucos e bons. As certas machucam e as erradas também, enfim.
Eu gosto é de viver em paz, peso na consciência não é pra mim não; eu guardo na memória só aquilo que é bom. Tá bom, não.
Eu sempre acho que estou errada e bato mil vezes na mesma tecla, mas eu sou assim e não consigo me ver diferente. A vida dá muitas voltas, é verdade, mas vou mantendo minha ingenuidade, até lá eu ganho experiência, o sofrimento nunca é em vão. A gente se engana muito ao esperar algo dos outros, mas o que nunca poderemos prever é uma reação. O inesperado sempre desarma, o inesperado é o fim.

5.7.08

Esboço inacabado

Ninguém entende. Se pelo menos tentassem, se pelo menos me quisessem bem, não me machucariam com tantas palavras sem sentido. Não me machucariam do jeito que fazem. Mas ninguém entende, ninguém se importa...
Ontem a dor foi insuportável. Tanto que eu achei que fosse morrer naquele mesmo instante. Uma fúria aqui dentro, não sei exatamente de qual parte, mas em mim, dentro de mim; uma voz que gritava e não era a minha voz, eu estava calada. Era alguma coisa maior, alguma coisa indecifrável. Ou talvez fosse o ódio em todas as suas manifestações.
Ninguém pode opinar, ninguém sabe como é doloroso, como sangra a minha alma. Ninguém sabe o que se passa aqui dentro, ninguém nunca vai saber de nada. E mesmo assim ainda apontam os meus defeitos, só porque é muito fácil falar. Aqueles mesmos defeitos que eu tanto odeio, mas que ontem eu percebi que não quero mudar. Faz parte de mim, da minha alma suicida; faz parte o sangue, a ferida. Faz parte a dor, a desgraça, a lamentação. Faz parte hoje e fará parte sempre, porque essa sou eu. E só.