11.12.08

Só por hoje

Por hoje deixo as palavras bonitas, os versos montados, a preocupação em escrever milimetricamente certo - não que haja mesmo um jeito certo de escrever - para dar espaço a pensamentos soltos. Por hoje deixo as poesias, as hipérboles e personificações, porque já não combinam comigo. Por hoje quero ser eu e poder reclamar do quanto gostaria de ser outra pessoa. Só por hoje.
É um choque quando os seus planos não saem do jeito que você queria, do jeito que você tinha sonhado. E é um choque maior ainda aceitar isso e saber lidar com planos diferentes, ou, pior, arranjar planos diferentes em 24 horas; horas essas que, se forem usadas de forma errada, podem estragar toda uma vida... Porque escolhas erradas podem te destruir tanto! E depois não há volta, o tempo não espera você perceber o quanto errou.
Não mais existe a vontade de lutar pelas coisas, não depois que você cai e se machuca desse jeito. Não mais existe a força ou a alegria de antes, porque tudo ficou naquele maldito chão de cimento. Não mais existe o que eu era antes... Agora é tudo diferente.
Abertamente? Eu tenho medo. Medo do que possa vir a acontecer, medo do que eu não conheço, medo do que eu nunca vivi e que pode ter chegado o momento. Mas, mais do que tudo isso, tenho medo de errar novamente. Não se pode consertar um erro, o que passou é passado, como bem diz o verbo.