22.3.09

Sobre grandes passos

Às vezes as oportunidades chegam de fininho, quase desapercebidas, e você fica assustado quando elas param na sua frente, esperando serem agarradas. É realmente difícil escolher. É difícil por ser a primeira, é difícil por ser desconhecida, é difícil por simplesmente ser apavorante e você não conseguir lidar com esse medo. Acho que todo mundo sente medo, o problema é quando o medo paraliza.
Às vezes você não consegue imaginar o futuro. É tão incerto e distante que talvez fosse melhor imaginar o hoje, o agora, e assim pensar não com a cabeça, mas com o coração. Ele é tão errante! Mas depois o arrependimento pode fazer aquelas visitinhas e não tem mais volta, não mesmo. Talvez não existam visitas, ou talvez sim. E a segunda possibilidade não é nada agradável.
Às vezes deixamos tudo pra depois. É difícil se sentir preparada pra alguma coisa, é impossível saber se chegou mesmo a hora. Sempre dá saudade dos tempos sem preocupações, quando as suas escolhas eram apenas sobre as roupas das bonecas. E agora tudo depende somente de você, a bola está na sua mão e fazer o gol não parece o mais certo.
Às vezes a gente foge. É mais fácil quando os outros podem nos guiar, com mapas ou somente conselhos. É mais fácil quando estamos acomodados, essa é a verdade. E aí escapamos de fininho, assim como as possibilidades que poderíamos ter agarrado. É assim que algumas pessoas agem, é assim que posso agir hoje. Esperar, talvez, uma visita. Não do arrependimento, mas de outra oportunidade.