5.7.08

Esboço inacabado

Ninguém entende. Se pelo menos tentassem, se pelo menos me quisessem bem, não me machucariam com tantas palavras sem sentido. Não me machucariam do jeito que fazem. Mas ninguém entende, ninguém se importa...
Ontem a dor foi insuportável. Tanto que eu achei que fosse morrer naquele mesmo instante. Uma fúria aqui dentro, não sei exatamente de qual parte, mas em mim, dentro de mim; uma voz que gritava e não era a minha voz, eu estava calada. Era alguma coisa maior, alguma coisa indecifrável. Ou talvez fosse o ódio em todas as suas manifestações.
Ninguém pode opinar, ninguém sabe como é doloroso, como sangra a minha alma. Ninguém sabe o que se passa aqui dentro, ninguém nunca vai saber de nada. E mesmo assim ainda apontam os meus defeitos, só porque é muito fácil falar. Aqueles mesmos defeitos que eu tanto odeio, mas que ontem eu percebi que não quero mudar. Faz parte de mim, da minha alma suicida; faz parte o sangue, a ferida. Faz parte a dor, a desgraça, a lamentação. Faz parte hoje e fará parte sempre, porque essa sou eu. E só.