15.2.09

Odeio muito tudo isso

Não sei o que escrever hoje. E acho que não estou com muita vontade de escrever. Minha cabeça dói, minhas pernas doem, alguma coisa dentro de mim dói também, e eu não faço idéia do que seja. Me sinto tão estúpida quanto frágil, e isso me deixa irritada. Não poder controlar minha própria vida também me irrita. Odeio isso.
Odeio ser quem eu sou, odeio mesmo. Odeio quando as calças não servem em mim, e normalmente isso acontece porque sou baixinha demais, e não porque não tenho cintura. Ou às vezes pelas duas coisas, mas nunca só pela segunda. E eu odiei isso hoje. Quase me fez pensar que estou magra, quase. Mas não pode ser isso... Essa calça deve ter uma modelagem estranha, porque eu me sinto enorme e cada vez que eu como pisca uma luz vermelha na minha cabeça dizendo que essa não é a coisa certa a fazer e que eu vou me sentir pior depois. É como dizem, um segundo de prazer pra uma vida de gorduras. E eu odeio ser gorda, odeio.
Odeio saber que tenho que fazer coisas que não quero fazer. Como ter que estudar... E nessas horas eu me odeio em dobro por não ter estudado antes, quando era a hora. Odeio me dar conta de que o tempo passa muito rápido, embora às vezes pareça mesmo que um minuto seja uma hora. Odeio ver ele passando e não fazer nada... Odeio ter que esperar pra ter as coisas que quero, pra que seja o dia seguinte. Odeio saber que meus planos podem não dar certo, que minha carteira é pequena demais e o que enche ela não é dinheiro, que eu não tenho vontade nem de arrumar meus murais de fotos.
Odeio comprovar, cada vez que vou ao cinema, que sou fraca, que choro por tudo. Odeio chorar na frente das pessoas, principalmente quando são desconhecidos. E odeio ainda mais ficar abalada por isso, por saber que sou tão sentimental. Odeio pensar muito na vida, em como são as coisas e o que pode mudar no futuro. Sempre que eu faço isso eu fico muito mal. Odeio ficar tão mal. Mais porque eu acabo passando meu maldito mal humor pra quem não tem nada a ver com isso e acabo irritando quem só tenta me ajudar. E eu odeio irritar as pessoas que eu amo. Odeio esse maldito borderline.
Odeio também ter crises de pânico e claustrofobia em lugares públicos. Isso acontece quase sempre em lugares públicos, mas não me faz odiar menos. Muito pelo contrário. Odeio chegar a tal ponto... Odeio odiar as pessoas. Ou talvez não, acho que esse ódio é bem saudável, porque ninguém nesse mundo presta. Eu sei disso, porque nem mesmo eu presto. As pessoas são um lixo e eu queria não ter que olhar pra cara de nenhuma delas mais. Nunca mais.