27.2.09

Perfil

Eu só pareço ser normal, ou talvez nem isso. As pessoas só conseguem ver em mim tudo o que eu não sou. E elas nunca conseguirão ver o que eu sou, porque eu só sou sozinha, no escuro.
Eu sou ilegível, um rascunho mal acabado e sem a intenção de realmente ter um fim; eu sou invisível pro mundo de tão pequena e insignificante.
Eu sinto dores exageradas e consigo desfrutar delas; eu morro toda vez que me perco no labirinto infinito e confuso que é a minha mente; eu guardo segredos que não são tão secretos assim, porque a minha vontade era de poder contá-los, de que quisessem me ouvir.
Eu tenho raiva de mim, muita raiva, e por que descontar nos outros se eu posso fazer isso comigo mesma? Mesmo quando a raiva não é de mim, eu não mereço descanso. Eu sou cruel, muito cruel, mas nada comparado a vida.
Às vezes eu gosto de ter o sangue correndo nas veias e de gritar o mais alto que a minha garganta permitir; eu gosto de perder o rumo e me ver derrotada, mais uma vez; eu gosto de chorar todo o sal do meu corpo, ele sempre parece mais leve depois disso. Mas, no final, a única pessoa que se importa sou eu. Então por que você leu tudo isso?