26.2.08

Minha pior inimiga

Aquela que me odeia acima de tudo, que me diz que sou incapaz, que não posso vencer meus desafios. Que bloqueia minhas pernas quando eu quero andar, que me faz lembrar sempre do que eu não consigo fazer...
Ela é como uma sombra, está sempre atrás de mim. Me isola pra que eu chore sozinha, pra que eu não participe do riso. Me deixa desolada quando preciso de palavras de conforto; deixa minhas mãos atadas quando preciso agir.
Ela, que está presente em cada massacrante momento, me colocando pra baixo, me afundando mais e mais. Ela que não me deixa pensar positivo, que não me dá uma esperança se quer, não me dá alívio.
Aquela que me faz desistir da vontade, cair na conversa mole do perigo. Que me pega de surpresa quando tudo está indo bem e puxa meus pés, cada vez com mais força, até que eu caia. E depois eu não consigo levantar, porque a voz dela é cruel e me repete sempre que não adianta tentar.
Ela me faz sentir como se eu fosse um pedaço do nada, o nada partido, só. Qualquer coisa sem valor, que não tem coragem de lutar pelo que deseja, que não acredita em si mesma.
Ela, sempre ela. Não me deixa viver, não me deixa pensar aonde posso chegar (porque sim, eles me dizem que eu posso), não me deixa tentar... Ela que vive em mim; ela que é a minha outra parte, aquela que sempre aparece nas horas em que eu quero ser capaz. E ela sempre lá, me dizendo que não...
Porque ela sou eu. Minha pior forma, meu pior pesadelo. E não dá pra fugir...