28.3.08

Em companhia da solidão

Outra vez sozinha, sentada na escada; a gritaria toma corpo em vozes de criança e o movimento do mundo agora passa desapercebido. Os sons, as cores, a correria, nada é visto pelos olhos que insistem em fechar-se. Outra vez sentada em um degrau, outra vez ninguém me vê.
A solidão sempre foi a minha melhor companhia e desfruto do tempo em sua presença do mesmo modo que desfruto do ar. Necessária, importante, sempre comigo. Eu a aprecio, isso é certo, tantas vezes o comprovei. Um tempo meu, de alienação e abstração.
Não, eu não quero companhia, eu nunca quis. Mas ninguém me entende, ninguém pode me entender. Não, não é drama, é apenas o meu ponto de vista, o meu jeito de ver uma verdade que talvez seja só minha. Mas é a verdade, é o fato presente em sua totalidade. Está aí, escancarado. Serão os outros cegos ou eu vejo demais?