31.3.08

É sempre pra você

Alguém poderia fazer o mísero favor de tirar esse cheiro de mim? Não é que eu não goste dele... É justo pelo contrário, é porque eu gosto demais. É viciante, me lembra você.
Há! Como se eu precisasse disso pra pensar em você, como se a minha mente realmente conseguisse pensar em outra coisa. Estúpida a minha mente, como se a sua estivesse fazendo o mesmo! Às vezes não entendo porque sou tão idiota. Mas vai, por favor, tire esse cheiro de mim, me dê um perfume diferente, ou simplesmente intoxique as minhas fossas nasais, eu não posso mais respirar.
E o teu sorriso... Tire este também, por favor, das minhas lembranças. Não tem um dia sequer que eu passe sossegada, que eu não imagine você sorrindo, você comigo... E não só os dias são inquietos; nas noites, mesmo quando tenho a sorte de encontrar o sono, o sonho me encontra e nele eu te vejo. É em cada sonho que eu te sinto perto e isso me mata quando chega a manhã, me dizendo que eu tenho que abrir os olhos.
É, o que você fez comigo? Cada palavra sua me enforca, é uma corda apertando forte o meu pescoço; e você não se importa. Claro, eu pago com a mesma moeda, ou até com moeda maior, mas você podia entender... Você podia entender que dói e a dor faz com que sejamos frios, sem alma ou coração. O meu continua aqui, mesmo que oculto, com todas as marcas dos punhais que você cravou e o sangue, vez ou outra, ainda escorre. E o seu, onde está? Eu só queria ter a chance de te olhar por dentro e me procurar.